A Associação Angolana para Educação de Adultos (AAEA), foi proclamada em 17 de Outubro de 1998, publicada no Diário da República: III Serie nº 26 de 25 de Julho de 1999. 

A AAEA possui o escritório principal em Luanda e uma representação na província do Kwanza Sul, propriamente no município do Sumbe. A organização baseia-se no princípio da educação permanente (ao longo de toda a vida) e dedica-se a meios e métodos principalmente para a educação não formal, priorizando os grupos mais desfavorecidos da sociedade.

A AAEA defende os valores da paz, justiça, solidariedade, tolerância, o amor ao próximo e a igualdade entre os cidadãos. Tem como sonho: uma sociedade justa em que cada cidadão tenha uma vida digna.

A organização possui experiências em formação nos seguintes domínios: Enfoque Participativo, Diagnóstico Rural Participativo, elaboração de projectos pelo Método do Quadro Lógico, Monitoria e Avaliação de Projectos. Contudo, a organização trabalha principalmente em Alfabetização com o método APLICA (Alfabetização Participativa Libertadora Instrumentada por Comunidades Actuantes), que é uma versão do REFLECT da ACTIONID (Organização britânica), que é um processo de literacia e não apenas aprender a ler e escrever. Nos programas de alfabetização e não só, inclui Educação Cívica, Educação sobre o Género, Educação sobre SIDA e Gestão de pequenos negócios.

A AAEA deve a sua experiência, principalmente a cooperação que teve com o Instituto de Cooperação Internacional da Associação Alemã para Educação de Adultos ICI/ALEA com quem, elementos da sua equipa técnica trabalharam desde 1995. A Associação Alemã para Educação de Adultos DVV é o principal parceiro da AAEA, e conta ainda com: ICCO, IBIS e OXFAM-GB.

A organização faz parte da subcomissão de Alfabetização da Estratégia de Relançamento da Alfabetização e Recuperação do Atraso Escolar do Governo. É coordenadora da Rede da Sociedade Civil de Educação para Todos até 2015, sendo que, na província de Luanda realiza a alfabetização e educa jovens no município de Viana e na Funda, município de Cacuaco. Na província do Bengo, propriamente na zona da Boa Esperança, Mabuia, Honga-Zanga e Dungo, a organização ministra formação sobre associativismo e liderança, alfabetização e iniciativas geradoras de rendimento.

Por sua vez, na província do Kwanza Sul, realiza alfabetização nos municípios do Amboím, Porto Amboím, Sumbe, Quibala e Seles. Nas províncias de Benguela, Bié, Huambo e Moxico, a organização implementa projectos sobre o VIH/SIDA e está a introduzir em simultâneo a alfabetização.

A AAEA está afiliada na Pamoja (Praticantes do REFLECT), PALAE (Associação Panafricana de Alfabetização e Educação de Adultos) e no ICAE (Conselho Internacional de Educação de Adultos).

Metodologia e Estratégia de Trabalho

A metodologia é inspirada por Paulo Freire, "não há um educador para o educando e um educando para o educador mas sim o educador educando e um educando educador", que com as técnicas do Diagnóstico Rural Participativo DRP formam o REFLECT. Os conteúdos de formação partem das necessidades das pessoas e grupos e devem promover competências para satisfazer suas necessidades e aspirações, assim como estimular o exercício da cidadania.

Em sua estratégia a AAEA estabelece cooperação com o governo aos vários níveis, coopera com as autoridades tradicionais e religiosas, forma e acompanha facilitadores locais que garantem as actividades dos projectos, estes organizam-se e elegem um coordenador, assim, passam a ser um capital social. A AAEA tem algo de especial como a educação não formal com a integração de outros programas que auferem competências aos grupos, os interesses da organização em envolver-se no projecto FELITAMO,  é de aumentar a capacidade sobre o direito da mulher com programas de género e de exercício da cidadania, o combate a pobreza principalmente aos grupos desfavorecidos, peri urbanos e urbanos.

Em suma, a filosofia da organização é de que "aprender a ler e a escrever por si só não vale nada, mas sim aprender a ler e a escrever as palavras ao mesmo tempo que se lê o meio em que nos rodeia agindo de modo crítico" Paulo Freire.